terça-feira, novembro 29, 2005

Soneto XVII

Eu não amo como se você fosse um botão de rosa, Ou um topázio,
Ou a flecha do cupido que o fogo dispara fora.
Eu te amo porque determinadas coisas obscuras devem ser amadas,
Em segredo, entre a sombra e a alma.

Eu te amo como a planta que nunca floresce, Mas carrega dentro dela a luz de flores escondidas;
Agradeço o seu amor continuo pelas fragrâncias,
Levantadas da terra, vivem escuras em meu corpo.

Eu te amo sem saber como, ou quando, ou de onde.
Eu te amo fortemente, sem complexidades ou orgulho;
Assim eu te amo porque eu não sei nenhuma outra maneira.
Eu te amo sem saber como, ou quando, ou de onde.
Eu te amo fortemente, sem complexidades ou orgulho;
Assim eu te amo porque eu não sei nenhuma outra maneira.

É isto: onde eu não exista, nem você,
Tão próximos que sua mão em meu peito é minha mão,
Tão próximos que quando fecha seus olhos eu caio adormecido.

(Pablo Neruda)

2 comentários:

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

Amei essa sua ideia!!!!
Sua forma de demontraçao de carinho e muito linda!!!