sexta-feira, agosto 15, 2008

Faculdades tentam, mas novos cursos não deslancham



É difícil quantificar o potencial de cursos voltados à Moda em Brasília. Depois do momento de ebulição dos últimos meses, em que as intenções foram as melhores, mas na prática pouca coisa andou, as faculdades que têm interesse no filão começam agora a procurar alternativas para suprir a falta procura.

Já que o pólo industrial da cidade é pequeno em relação ao de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, uma alternativa para tentar impulsionar o mercado de ensino de moda em Brasília são as pós-graduações.

A Faculdade AD1, no SIA, lançou o primeiro curso de Brasília de graduação em moda em 2003. Com quatro turmas formadas, agora a instituição aposta na pós-graduação. A faculdade oferecerá pós em Marketing de Moda, que é mais direcionado ao consumo, o ponto forte de Brasília segundo a coordenadora da pós-graduação em moda do AD1, professora Ana Luíza Olivete. “Estamos no mercado de Brasília há cerca de 5 anos e já percebemos que a cidade não tem um grande potencial industrial, mas a grande vantagem é que aqui predomina uma moda quase que exclusiva, devido ao grande poder econômico da população”.

O início do curso de pós-graduação estava anunciado para fevereiro, mas não foi possível completar uma turma e teve de ser adiado. “Acredito que até a próxima semana a turma estará aberta com pelo menos 15 alunos”, afirma Ana Luíza.

A falta de demanda também foi o motivo apresentado pelo Diretor Acadêmico do IESB, Ricardo Carvalho Rodrigues, para a Instituição não ter aberto a graduação com o Instituto Europeo di Design (IED), após veloz divulgação e “lançamento” da parceria. A procura pelo curso não foi suficiente para viabilizar sua abertura. Se houver demanda, pode ser que no próximo semestre ele saia do papel. A previsão da instituição, inclusive, é de que no próximo semestre sejam abertos novos cursos, como o de Design de Jóias. Para o próximo mês, o IESB quer emplacar apenas uma pós em Fashion Design, ainda sem data definida.

Ricardo acredita que apesar de Brasília não ter um mercado de moda representativo se comparado a outros estados, a especialização é uma tendência entre os profissionais de moda de qualquer lugar. “Existem muitos segmentos de moda. Se direcionarmos um pouco mais nosso olhar, veremos que há uma demanda por formação que advém do fato de faltar profissionais especializados em Brasília”.

Outra escola que planejou mas ainda não lançou pós-graduação em Moda é o UniCEUB. Até o fechamento desta matéria, o centro universitário não havia definido previsão do lançamento de sua pós em Comunicação e Moda, que vem sendo preparada desde o fim do ano passado.

A preocupação com a ocupação dos recém-formados foi levada pela jornalista Paula Santana à mesa redonda de fashionistas no UniCEUB, no começo de mês. “Brasília consome moda porque tem alto poder aquisitivo, mas não tem vocação industrial. Além disso, o consumidor daqui está acostumado a comprar o que é feito fora e ainda não tem a cultura de valorizar os designers locais. Então, como o mercado vai absorver essa mão-de-obra hoje? É importante profissionalizar, mas com consciência do que o mercado precisa de fato.

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