Com jeito doce de menina e determinação de mulher, Ana Luiza Olivete, 27 anos, professora e coordenadora da pós-graduação de Marketing de Moda da faculdade AD1, recebe o Finíssimo em sua casa para um bate-papo.
Em Brasília há cinco anos, ela saiu de Presidente Prudente, interior de São Paulo, para fazer faculdade de moda em Londrina no Paraná por acaso. Ela não passou no vestibular de Medicina, que era o que ela queria, então decidiu fazer algo diferente. Assim, se aventurou pela faculdade de Moda. Deu certo.
Além de coordenar a pós na AD1, a professora dá aulas de laboratório de costura, criatividade, modelagem e design têxtil nas graduações.
Como foi sua formação em moda?
Eu saí de Presidente Prudente e fui pra Londrina fazer faculdade de Moda lá, por acaso. Eu não consegui passar no vestibular de Medicina, que era o que eu queria até então. Resolvi fazer algo diferente, mas que eu já sabia fazer. Minha mãe sempre trabalhou com moda. Ela tem um ateliê. Desde pequena eu fazia roupinhas de boneca. E quando terminei a faculdade eu já estava cansada, já conhecia muito o mercado de Londrina, que apesar de ser um pólo produtor de moda, é uma cidade muito pequena.
E como foi sua vinda para Brasília?
Então, eu estava cansada de morar em Londrina e pensei ou em ir para São Paulo ou ir para outro lugar se surgisse uma oportunidade. E conversando com uma professora minha, ela disse que iria abrir um curso de moda aqui em Brasília. Disse que se eu “tivesse coragem” de vir para cá, era para eu mandar meu currículo.
Então você ‘teve a coragem’?
Brasília é uma cidade que eu gosto. Mandei o meu currículo e eles gostaram. Me ligaram e conversamos, só que o MEC ainda não tinha autorizado o curso naquela época. Passaram-se três meses e nada. Então me ligaram dizendo que o curso tinha sido autorizado. Tive que sair na mesma semana de Londrina.
Como você vê o mercado de moda em Brasília?
Quando eu cheguei a Brasília eu olhei e pensei: “nossa, aqui não tem nada de moda”. O pessoal tem muita vontade, mas não tem nada, tem um pólo de moda que não tem nenhuma empresa funcionando. E pensei que Brasília pudesse virar um grande pólo, mas hoje eu tenho dúvida quanto a isso.
Cada vez mais tem ‘caído essa ficha’ na cidade. O que você acha?
Brasília pode não virar um grande pólo, mas aqui tem um grande potencial de consumo. Eu acho muito difícil que a cidade se torne um grande produtor de moda. Mas acredito no potencial de consumo, na moda personalizada, porque os consumidores daqui querem coisas diferentes, coisas novas.
Você gosta de criar, modelar?
Isso é o que eu mais gosto de fazer. E é o que eu sempre fiz. E eu adoro trabalhar com desenvolvimento de produtos. Aqui em Brasília eu descobri uma coisa que é muito boa, muito gratificante, que é passar para as pessoas o que eu sei fazer. O prazer de ver que o próximo pode aprender com você. E isso é muito bom.
Você já participou dos Novos Talentos do CFW?
Não. Nunca participei porque sempre incentivei muito meus alunos a participarem e eu acho um pouco injusto professor concorrer com aluno. Deixo a oportunidade para eles. Eu já participei de tanto concurso.
O que você gosta de fazer no seu tempo livre?
Tempo livre pra mim é uma coisa que não existe. Eu não gosto de balada eu sou uma pessoa muito sossegada. Mas gosto de sair pra jantar, barzinho com os amigos. Eu digo que meu tempo livre é o meu horário de almoço.
Você tem vontade de sair do Brasil pra estudar moda?
Pois é. Agora eu acabei de chegar de uma viagem que eu fiz para a Europa. Eu fui mais como turista mesmo, eu e um amiga fomos a 11 cidades em 15 dias. Foi uma correria, mas foi muito bom. Eu gostei muito de Milão. Sempre quis conhecer a Itália, desde criança, e quando comecei a estudar moda vi que é para a Itália que eu tenho que ir mesmo. Eu tenho muita vontade de fazer um curso de doutorado lá. Não se vai dar certo, mas quero muito ir, tenho medo de ir sozinha, mas eu quero sim. Já fiz uma pós-graduação na Anhembi-Morumbi, em São Paulo, em Marketing de Moda, mas acho que preciso de mais.
*Larissa Santiago, especial para o Finíssimo
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